Os Ganhos Invisíveis da Segurança e Saúde Ocupacional

Muitas vezes, as vantagens dos programas de SSO não aparecem em primeiro plano, mas elas existem e são fundamentais para a competitividade do negócio.

Desenvolver programas de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) é, em muitos casos, trabalhar com resultados intangíveis. Você já parou para pensar sobre isso? O que você faz quando a alta administração da sua empresa não consegue mais enxergar as vantagens financeiras, produtivas, mercadológicas e emocionais dos novos programas de SSO, hein?! Saiba que isso é muito mais comum do que supomos. E, acredite, quanto mais bem-sucedida é a companhia em evitar acidentes de trabalho, mais complicado fica para ela mensurar o retorno de suas práticas depois de alguns anos. Daí, o termo “resultados intangíveis” que usei na primeira frase deste post. A ideia da nossa conversa de hoje é tratar de maneira franca e objetiva desse paradoxo: a dificuldade dos profissionais de Segurança e Saúde Ocupacional em apresentar as vantagens do seu trabalho quando ele é justamente melhor.

Para começo de conversa, o que quero dizer com resultados invisíveis dos projetos de Segurança e Saúde Ocupacional? Quando a empresa já tem incorporada em sua cultura e em seus processos a mentalidade da prevenção de acidentes, fica difícil para ela enxergar os ganhos imediatos provenientes da perpetuação da SSO. Isso é perfeitamente natural! Você fala, por exemplo, para sua diretoria sobre a necessidade de troca de equipamentos de proteção individual (EPI), sobre a urgência de contratação de uma consultoria de Segurança e Saúde Ocupacional ou mesmo sobre a importância da realização de treinamentos de conscientização dos novos funcionários. Sem um histórico recente de ocorrências (leia-se, acidentes e perdas), torna-se complicado para essa organização estimar o retorno deste tipo de investimento.

Afinal, se não há problemas gritantes de SSO pipocando na agenda de todos, como provar a vantagem de continuar investindo na prevenção de acidentes? Em época de corte de verbas em todas as áreas da companhia e de crise econômica profunda no país, a dificuldade para conseguir novos recursos torna-se ainda mais crônica. Infelizmente, muitos gestores acabam preferindo reduzir os programas de segurança do trabalho simplesmente porque não conseguem ver o retorno imediato que eles trazem.

É preciso salientar que essa característica (resultados intangíveis/invisíveis da Segurança e Saúde Ocupacional) não aparece sempre. Para as empresas que estão implementando há pouco tempo programas de segurança e/ou possuem um histórico muito negativo de acidentes de trabalho, as vantagens dos novos projetos de SSO são evidentes. Aí só não vê as vantagens quem não quer.

Os profissionais da Segurança e Saúde Ocupacional conseguem facilmente apresentar os indicadores positivos à alta administração: diminuição do número de acidentes e mortes, aumento do número de dias sem acidentes, elevação da produtividade da equipe, queda da interrupção da linha de produção e diminuição das indenizações trabalhistas.

O problema, portanto, está no que fazer quando, passados alguns anos (três, cinco, dez, vinte anos…) de constantes melhorias, as evidências do passado sombrio ficam esquecidas (e registradas em indicadores obsoletos). O que falar agora para que a alta administração atue na manutenção dos resultados presentes? O maior problema dos profissionais de SSO reside justamente na dificuldade para justificar o quão importantes são os novos projetos em sua área de atuação.

Se esse for o seu caso, tenho seis sugestões a dar:

1) Ao invés de utilizar como comparação dados históricos de acidentes de trabalho dos últimos anos da sua empresa (que não existem ou são mínimos), use cenários negativos (e se acontecesse alguma coisa, quais seriam as perdas?). Projeções são mais pertinentes, nesses casos, do que retrospectivas.

2) Mostre as perdas que outras empresas tiveram recentemente pela falta de novos investimentos em segurança do trabalho. Esses dados são muitas vezes divulgados na imprensa e podem ajudar na conscientização da alta administração (principalmente se esses acidentes aconteceram em companhias reconhecidas no mercado ou em concorrentes).

3) Mostre para a alta direção que historicamente 95% dos acidentes ocorridos nas empresas poderiam ter sido evitados com o uso de técnicas estruturadas de prevenção e de conscientização dos colaboradores com base na gestão pelo comportamento – Formação de Cultura SSO.

4) Contrate uma empresa de consultoria de Segurança e Saúde Ocupacional para assessorá-lo(a) em auditorias internas, na realização de diagnósticos de SSO e/ou na construção dos planos de sua empresa. Muitas vezes, a alta direção da organização gostaria de uma visão externa para identificação das melhorias e visibilidade de ganhos em SSO.

5) Desenvolva periodicamente programas de conscientização da equipe sobre a importância da prevenção de acidentes e do uso dos EPIs. Os colaboradores devem estar o tempo inteiro cientes da relevância da Segurança e Saúde Ocupacional.

6) Promova treinamentos mas saia da rotina. Estou falando de treinamentos lúdicos onde os participantes podem trabalhar o empoderamento, a alta responsabilidade. Nunca é demais capacitar os colaboradores contra os riscos inerentes à atividade profissional e ao ambiente de trabalho.

Alguns cursos interessantes que sua empresa pode fazer regularmente são: o de interpretação dos requisitos da NBR ISO 45001, requisitos legais – interpretando e entendendo as normas regulamentadoras, formação de auditores internos NBR ISO 45001, workshop lúdico voltado para o comportamento humano e identificação de perigos e avaliação de riscos.

7) Busque sempre as certificações da Segurança e Saúde Ocupacional. Ter o certificado NBR ISO 45001, por exemplo, contribui para o amadurecimento da organização como ferramenta mercadológicas importantes de divulgação da empresa.

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