Reconheça os fatores ocupacionais de risco do seu negócio e desenvolva medidas de Controle do Risco.
Sabemos que o trabalho é indispensável para o indivíduo, para a sociedade e para o desenvolvimento dos países.
Algumas atividades humanas indispensáveis como: agricultura, extração de minerais, indústria, produção de energia, transporte e outros serviços, estão frequentemente associadas com a ocorrência de agentes ou fatores que podem oferecer riscos para a saúde do colaborador. Estes riscos podem ser de acidentes ou doenças profissionais. Por isso a importância do estabelecimento de medidas de controle do risco pois o objetivo da Segurança do Trabalho é de promover a saúde e a proteção do trabalhador em seu local de atividade, visando reduzir significativamente o número de acidentes e doenças ocupacionais.
FATORES OCUPACIONAIS DE RISCO
Agentes químicos: sob formas líquida, gasosa ou de partículas.
• Arsênico: refinação do cobre, pesticidas, produtos farmacêuticos, fabricação de vidro, preservação da madeira, indústria do couro
• Benzeno: coquerias, indústria petroquímica, gasolina (1-5%), impureza em certos solventes, industria do couro (colas), indústria química
• Chumbo: fabricação de baterias e pilhas, mineração e refinação, fundições, tintas e pigmentos, cerâmica, gasolina (orgânico), recuperação de sucata, indústria química
• Mercúrio: pesticidas, processo cloro-alcali, equipamento eletrônico, fabricação de pilhas, indústria farmacêutica, indústria de termômetros, manômetros, barômetros
• Solventes (hidrocarbonetos alifáticos, clorados, aromáticos), utilizados para diferentes finalidades como limpeza a seco, desengraxamento de peças, limpeza de metais, indústria química
• Agrotóxicos: agricultura, preservação de madeiras, armazenamento de grãos.
Poeiras minerais e vegetais:
• Asbesto: mineração do asbesto, manufatura de produtos têxteis de amianto, lonas de freios, fabricação e uso de cimento amianto
• Sílica livre e cristalina: pedreiras de granito ou de arenito, minas de cobre, fábrica de abrasivos, jateamento de areia, fundições, construção civil
• Carvão: minas de carvão
• Algodão: preparação, cardas, fiação
• Sisal: fabricação de cordas
• Poeiras de madeira: serrarias, fábricas de moveis e outros artefatos de madeira, construção
• Poeiras de grãos: silos
Agentes físicos:
• Ruído: caldeirarias, prensas, rebitagem, utilização de martelos pneumáticos, fiação e tecelagem, construção, aeroportos
• Vibrações: utilização de martelos pneumáticos, tratores
• Calor: fundições, forjas, fábricas de vidro, fornalhas, construção (climas quentes), trabalhos ao sol
• Radiações ionizantes: hospitais, raios-X industrial
• Radiações não-ionizantes: solda elétrica (UV), radares
• Pressões atmosféricas anormais: trabalhos em caixas de ar comprimido, mergulhos
Agentes biológicos (como vírus, ricketsias, bactérias, parasitas, fungos e seus esporos):
• Vírus: VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), Vírus das Hepatites virais; Flavivirus
• Bactérias: Bacillus anthracis, Brucellas, Clostridium tetani
• Parasitas: os Plasmodium, Schistosoma mansoni, Ancylostoma duodenale e Necator americanus
• Fungos e seus esporos: Micropolyspora faeni, Thermoactinomyces vulgaris, Histoplasma capsulatum
Fatores Ergonômicos: Cargas estáticas ou dinâmicas excessivas e/ou manejadas inadequadamente, como resultado de posições e posturas incorretas (devido a equipamentos, máquinas e móveis inadequados, ou a falta de treinamento quanto à maneira correta de executar as tarefas); velocidade excessiva de trabalho ou monotonia; carregamento de pesos excessivos e/ou mal feito (construção civil, agricultura e trabalhos rurais, trabalhos em hospitais levantando pacientes); traumas cumulativos; movimentos e esforços repetitivos (digitadores, caixas de supermercado, trabalhos com equipamentos vibratórios leves, músicos).
Fatores Psicossociais: Problemas socioeconômicos, psicológicos, más relações de trabalho, ritmo de trabalho inadequado, isolamento, trabalho excessivo e/ou não gratificante, falta de pausas para repouso, nível de responsabilidade inadequado (muita ou pouca), falta de controle sobre o resultado do trabalho, sub ou super capacitação, falta de treinamento para as tarefas, turnos inadequados; assédio moral e sexual. As solicitações crescentes do mundo moderno e do mercado de trabalho, como a necessidade de maior produtividade, redução continua do contingente de trabalhadores nas empresas, expectativas irrealizáveis, relações de trabalho tensas, exigências excessivas quanto às capacidades individuais e quanto ao tempo disponível para realizar as tarefas, e muitos outros fatores colocam as pessoas em situações de grande stress ocupacional, o que leva a uma série de consequências.
RECONHECIMENTO DE RISCOS
Esta é uma etapa fundamental na pratica da higiene ocupacional, pois riscos que não são inicialmente identificados, não serão nem avaliados nem controlados. O reconhecimento adequado dos riscos permite uma definição clara do problema e o estabelecimento de prioridades para ação.
A metodologia para o reconhecimento de riscos deve incluir:
– estudo inicial
– visita ao local de trabalho para observações detalhadas
– análise dos dados obtidos
A fim de que nenhum risco seja negligenciado durante a visita ao local de trabalho, é necessário um estudo prévio sobre as tecnologias e processos de trabalho em questão, operações, equipamentos e máquinas, matérias primas, substancias químicas utilizadas, produtos, eventuais sub-produtos e resíduos. Devem ser investigadas as possibilidades de uso, formação e dispersão de agentes ou fatores nocivos associados aos diferentes processos de trabalho, bem como seus possíveis efeitos sobre a saúde. Isto requer conhecimentos, experiência e acesso à informação, por exemplo, literatura especializada (como Burgess, 1995; OIT, 1998) e outras fontes (algumas estão exemplificadas a seguir).
Alguns sites úteis (gratuitos) para pesquisar as propriedades dos fatores de risco ocupacionais:
INCHEM: http://www.inchem.org/
Este site tem links para bases de dados internacionais muito importantes, como:
• IARC (para cancerígenos) – link direto: http://www.inchem.org/pages/iarc.html
• Fichas de Segurança Química – http://www.inchem.org/pages/icsc.html
• Concise International Chemical Assessment Documents (CICADs): http://www.inchem.org/pages/cicads.html
As Fichas de Segurança Química em espanhol: http://www.mtas.es/insht/ipcsnspn/spanish.htm
NIOSH: http://www.cdc.gov/niosh/homepage.html
Em espanhol: http://www.cdc.gov/spanish/niosh/ (varias publicações desde agentes químicos, físicos, biológicos, a ergonomia, e estresse e violência no trabalho)
Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo (Espanha): http://www.mtas.es/insht/ Online NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards: http://www.cdc.gov/niosh/npg/npg.html Registro Internacional de Substancias Tóxicas (UNEP-PNUMA): http://www.chem.unep.ch/irptc/
E QUAIS AS MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO?
Para amortização e redução dos riscos, foram criadas algumas medidas, sendo elas com maior prioridade, outras com menor. Essa lista de prioridades é conhecida por Hierarquia de Controle (HOC).
Hoje em dia, através da internet, podemos ver vários tipos de HOC, mas aqui vamos trazer a você os princípios básicos nos quais as hierarquias são baseadas.
Basicamente, existem três pontos nas quais as Medidas de Controle do Risco podem ser aplicadas. São elas:n• Na origem do contaminante (Fonte)n• Ao longo do percurso entre a origem e o trabalhador (Ambiente)n• No receptor (Trabalhador)n
Para cada uma destas três fases, encaixamos alguma das seguintes medidas:
Medidas de Eliminação (Fonte): Essa medida prevê a eliminação da condição perigosa que coloca em risco o trabalhador. Por exemplo, eliminar o manuseio manual de uma ferramenta perigosa por um manuseio mecânico.
Medidas de Substituição ou Minimização (Fonte): Substituir o agente de risco perigoso por outro menos agressivo ou, ainda, reduzir a energia do processo (através de força, amperagem, temperatura, etc.)
Medidas de Engenharia (Ambiente): Mudança na estrutura do local de trabalho do profissional, de modo a distanciar a condição perigosa dos trabalhadores. Por exemplo: implantação de sistemas de ventilação, enclausuramento, etc.
Medidas de Separação (Ambiente): Um exemplo para esta medida é a separação de ciclistas, pedestres e veículos nas vias públicas da cidade. Dessa forma, separa as energias evitando acidentes.
Medidas Administrativas (Ambiente e Trabalhador): Aqui entram os treinamentos e ensinamentos para a execução do trabalho. Também está inclusa a sinalização horizontal e vertical, os sinais de advertência e alarmes, além de permissões de acesso, etc.
E por último na Hierarquia de Controle, mas ainda como uma importante Medida de Controle do Risco, temos o EPI.
EPI – Equipamento de Proteção Individual: Quando todas as medidas anteriores não forem suficientes para assegurar a saúde e segurança do trabalhador, é dever da empresa o fornecimento de equipamentos de proteção individual para o trabalhador que deve guardar, manusear e cuidar com atenção.
Observe a imagem que criamos abaixo para que você possa compreender melhor a Hierarquia de Controle (HOC).
Essas mesmas Medidas de Controle do Risco, além de serem definidas como vimos acima, podem ser definidas por Controle de Prevenção e Controle de Recuperação.
Controles de Prevenção são aquelas medidas que evitam a possibilidade da situação perigosa atingir o trabalhador. É como se evitassem que um objeto caísse, chegando assim até a cabeça do trabalhador.
Já os Controles de Recuperação são as medidas que atuam na consequência, após o evento indesejado já ter acontecido. Como por exemplo o capacete, que não evita que o objeto não caia, mas evita que machuque o trabalhador quando chegar até ele.
Conseguimos ajuda-lo?
Se houver dúvidas deixe seu comentário ou entre em contato: +55 (11) 9.8272-8929.