Como descartar o resíduos de acordo com sua classificação?

Classificação de resíduos determinada pela ABNT NBR 10.004/04

Uma gestão de resíduos eficaz começa com sua correta classificação, pois desta forma é possível determinar o mais adequado processo de tratamento final.

A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características, e a comparação destes constituintes, cujo o impacto ao meio ambiente e a saúde é conhecido.

No Brasil, a ABNT NBR 10.004/04 classifica os resíduos sólidos (exceto radioativos) quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.

A primeira é a Classe I – Perigosos, que devido a sua periculosidade, apresentam risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices, bem como riscos ao meio ambiente quando gerenciados inadequadamente. Estão inclusos na Classe I resíduos com inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, conceitos definidos na própria norma.

Sobre a destinação foi estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRSLei 12.305/10) que alguns resíduos de Classe I devem retornar aos seus fabricantes, para que estes possam ser devidamente reciclados, incinerados ou dispostos em aterros. É o caso por exemplo de agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, componentes eletrônicos e lâmpadas.

Já para o descarte de resíduos ambulatoriais, químicos ou biológicos, deve ser feita uma segregação e identificação desde o início, evitando a reinserção dos mesmos no processo. Pérfuro-cortantes, como agulhas e utensílios médicos, devem ser acondicionados com segurança.

Direcionada aos resíduos de saúde, a RDC 222/2018 – Regulamenta as boas práticas de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e dá outras providencias. Desta forma, o PGRSS deve ser elaborado para o atendimento a esta legislação.

Outro processo de tratamento final muito conhecido e aplicado aos resíduos Classe I, é o coprocessamento, que consiste na queima dos resíduos em fornos de cimento, em condições estritamente controladas, onde se usa os resíduos em substituição parcial ao combustível que alimenta a chama dos fornos no processo de fabricação de cimento. A alta temperatura da chama, o tempo de residência dos gases, a turbulência no interior do forno e vários outros parâmetros da combustão na produção de cimento são ideais e até superiores aos padrões exigidos para a destruição ambientalmente segura de resíduos perigosos.

Outra forma de resíduo enquadrado na Classe I, são os efluentes líquidos industriais. No geral, o descarte destes se dá através de infraestrutura de estação de tratamento de efluentes, onde são processados de modo a eliminar sua carga de contaminação, a níveis aceitáveis de acordo com as legislações aplicáveis, para em seguida serem lançados para a rede pública coletora ou diretamente em corpos de água.

A Classe II refere-se aos resíduos não perigosos, e estes são subdividos em:

Classe II A – Não Internes, são resíduos não inertes, ou seja, que podem se misturar à natureza posteriormente através da biodegradação, combustão ou solubilização em água. Mesmo não sendo perigosos, trazem riscos à saúde humana ou ao meio ambiente quando descartados de forma inadequada.

São materiais como restos de alimentos, papel e papelão, metais não inertes (ferro, cobalto, níquel, tungstênio), filtros não perigosos ou plásticos em geral. São resíduos com alto potencial de reciclagem, e essa é sua destinação mais adequada. Quando a reciclagem ou reuso não são possíveis ou viáveis, coprocessamento ou aterro sanitário são opções de tratamento final.

Classe II B – Inertes, não sofrem alterações de composição ao longo do tempo. São os entulhos de construção civil, pedras, areia, vidro, borracha, isopor, madeira e metais inertes (alumínio, ouro, prata, platina, paládio e cobre). Muitos resíduos Classe II B – Inertes podem ser reciclados ou reutilizados, como por exemplo os entulhos de construção podem ser enviados para britagem e reutilização. A madeira pode ser destinada para alimentar fornos que são usados para fabricação de outros produtos. Vidros e metais encaminhados para processos de reciclagem. A última alternativa recomendada para tratamento final de resíduos classe II é o aterro.

A Afam Consultoria tem consultores especialistas em gestão de resíduos, auxiliando sua empresa na implementação de procedimentos e processos adequados à legislação e às boas práticas de gestão de resíduos. Para saber mais, entre em contato conosco aqui.

Para mais novidades, siga-nos no Linkedin.

Até a próxima!

Confira também os artigos abaixo

A importância de educar a liderança em segurança.

Esclarecendo o que é psicologia da segurança: Se você procurar a definição de psicologia da segurança, vai encontrar uma porção delas, porém eu escolhi uma que é citada no livro da Juliana Bley que é: Parte da psicologia que se ocupa do componente segurança na conduta...

Equipes de Aprendizagem

A PRÁTICA DE “LEARNING TEAMS”: Aprendendo e melhorando a segurança, qualidade e excelência operacional  por  Brent Sutton  (Autor), Glynis McCarthy  (Autor), Brent Robinson  (Autor), Todd Conklin  (Prólogo), Hugo...

Princípio 05 – Como os líderes reagem ao fracasso

Para alinharmos nossos entendimentos, irei começar por alguns fundamentos do princípio 5: a) Este princípio direciona a organização para dois lugares distintos. O primeiro é CULPAR E PUNIR ou APRENDER E MELHORAR, porém IMPOSSÍVEL estar em ambos os lugares. b) Os...

Princípio 04 – O Contexto Impulsiona o Comportamento

Para entender e alinharmos nossos entendimentos, irei começar por alguns fundamentos do princípio 4: a) Os trabalhadores fazem o que fazem por uma única razão, a razão é que faz sentido para o trabalhador dado o contexto que ele vive e trabalha.b) Sistemas complexos...

Princípio 03 – Aprender a melhorar é vital!

Para entender bem este princípio, vou começar com 3 perguntas poderosas para provocar sua reflexão: a) Quais sistemas, processos e ferramentas você tem para obter feedback abertamente sobre sua organização? Quão fáceis de usar e disponíveis estão essas ferramentas...

Princípio 02 – Culpar não resolve nada

Todos se lembram que nós Seres Humanos cometemos de 5 a 7 erros por hora, não se trata de um número cabalístico, mas são estimativas feitas por pesquisadores do desempenho humano. Em sendo assim, culpar as pessoas que erram seria um contrassenso, não acham?,Bom,...

Princípio 01 – As pessoas cometem erros

Estudos a respeito de desempenho Humano e Organizacional tentam encontrar um número cabalístico de quantos erros os Seres Humanos cometem. Não temos certeza se este número esta correto, mas alguns autores diz que cometemos de 5 a 7 erros por hora, incrível não?? É...

HOP: Human And Organizational Performance – Desempenho humano e organizacional

Vamos falar sobre o “Desempenho Humano e Organizacional”- HOP. Por ser um tema um tanto quanto extenso, vamos dividi-lo em 5 partes, e por quê 5 partes?, porque são 5 princípios e irei pautar um princípio por capítulo, neste primeiro capítulo, irei contextualizar um...

27 de Julho Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho

A data é um marco histórico na luta dos trabalhadores por melhorias nas condições de segurança e saúde no trabalho.   O dia propõe uma reflexão sobre como os ambientes e processos de trabalho podem determinar tanto a saúde quanto os acidentes e o adoecimento dos...

Use a Gestão de Resíduos para proporcionar preservação ambiental, ganhos financeiros, ações sociais e conformidade legal

O que é resíduo Tudo que não tem mais utilidade direta para sua empresa e precisa ser descartado, é um resíduo. Dentre eles papel, plástico, papelão, vidro, madeira, eletrônicos, efluente, produtos químicos, hospitalar, entulho, lâmpadas, contaminados, etc. Por que...

Entre em contato!

Endereço

Rua Niterói, 362
Centro São Paulo - SP
Cep: 09510-200