A tomada de decisão é um processo que resulta na seleção de uma opção entre várias alternativas no dia-a-dia de nossos líderes. Como sabemos, estas decisões têm impacto direto na qualidade de vida e relacionamento com a nossa equipe e, consequentemente, grandes impactos nos processos de motivação, engajamento e confiança, um tripé importantíssimo para um processo de transformação cultural.
No curso de nossas vidas, tomamos centenas de decisões, cujas consequências nos afetam tanto positiva quanto negativamente. O mesmo acontece com os líderes de nossas organizações, praticamente todos os dias eles precisam escolher as alternativas mais plausíveis para corrigir, bloquear ou dar continuidade à produção ou alguma outra atividade em curso.
Você já fez uma análise de suas condutas de segurança quando da tomada de decisões e os reflexos de suas decisões em sua equipe de trabalho?
As escolhas marcam as equipes de trabalho, tanto no curto quanto no longo prazo, podendo conduzi-las ou afetá-las a trabalhar com comportamentos seguros, ou a adotarem comportamentos de risco. A tomada de decisão com a segurança em mente, é um excelente exemplo de liderança e valor a Vida.
Levar a segurança em consideração na tomada de decisão gera confiança na equipe e demonstra os cuidados com o SER HUMANO.
A seguir, vamos apresentar quais são as partes do cérebro que são ativadas em um processo de tomada de decisão.
As decisões mais rápidas do dia a dia, aquelas como: – “temos um prestador de serviços na portaria para reparo e manutenção no telhado da empresa, porém a integração da equipe está expirada”. Eles alegam que possuem apenas o dia de hoje para realizar a atividade e viajaram 3 horas para cumprir com a demanda solicitada. O QUE FAZEMOS…
Este tipo de decisão, ativa fortemente o sistema límbico do cérebro, e esta parte do cérebro funciona com registros de imagens, ou seja, é como uma grande biblioteca que se constrói com o passar dos anos, com registros das experiências vividas, com registros de coisas que deram certo ou não, enfim, as CRENÇAS do líder. Numa situação como esta, o cérebro acessa a imagem gravada e faz um “match” com a realidade vivida pelo líder oferecendo a este, naquele momento, alternativas para a TOMADA DA DECISÃO.
Figura 01: Interação do neocórtex (racional) com o sistema límbico (emocional) na tomada de decisão
Mas as decisões, não são tomadas apenas pelo sistema límbico, uma parte chamada neocortéx também participa, principalmente quando falamos de decisões que exigem maior raciocínio lógico.
A figura apresenta de maneira lúdica este processo, por isso, a importância de manter o equilíbrio emocional quando da tomada decisão, pois ambas as partes precisam estar harmônicas.
Agora que explicamos a dinâmica do cérebro, para que serve tudo isso?????
Bom, serve para explicar a você que sua empresa precisa trabalhar em prol da gravação das imagens positivas de segurança no cérebro de seus líderes e ressignificar algumas crenças antigas.
Sim, mas você deve estar se perguntando, como faço isso? Bom, existem várias maneiras, mas estaremos em nosso encontro, através de uma dinâmica, expondo vocês a situações do dia-a-dia de um líder para decidir que caminho seguir num tempo bem limitado, logo exercitando a busca das imagens em sua biblioteca. Com isso, conseguiremos iniciar algum exercício de ressignificação e reflexão de nossas decisões, além de mapear quais habilidades temos fortalezas e fraquezas.
FORTALECER O SISTEMA LÍMBICO DE NOSSOS LÍDERES COM IMAGENS E EXPERIÊNCIAS POSITIVAS EM SEGURANÇA É UM CAMINHO TRANSFORMADOR RUMO A UMA CULTURA SÓLIDA DE SEGURANCA.
Bom, tema um tanto controverso, e se fizermos uma pesquisa, acredito que poderemos ter respostas bem distintas.
Mas estou interessado em você, para você, o ZERO ACIDENTE é uma meta alcançável ou apenas algo banal que acaba se transformando em estratégia ou filosofia dentro das organizações?
Bom, alguns estudos mostram que os humanos cometem, em média, 5 erros por hora. Isso significa que, se tivermos 100 colaboradores trabalhando em um ambiente de trabalho, teremos coletivamente 4.000 erros por dia.
Todos nós conhecemos a expressão “errar é humano”. Essa é uma verdade que independe de latitude, nacionalidade, etnia ou grupo socioeconômico. Erros humanos, respondem por exemplo, pela maioria dos acidentes de trabalho (mais de 90%), de automóvel (90%) e de avião (70%). Então como é possível obter o ZERO ACIDENTE?
Se pesquisarmos informações no “Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho”, temos uma CAT sendo emitida a cada 50 segundos, isso contando apenas com os funcionários legalmente reconhecidos, ou seja, carteira assinada.
Estamos falando de um óbito a cada 4 horas em média. E se avaliarmos as pirâmides de perdas de acidentes disponíveis, vamos encontrar a relação de 30.000 desvios para 1 acidente grave ou fatal (referência Dupont). No exemplo acima, uma organização com 100 funcionários teria em média 40.000 erros ou desvios a cada 10 dias, logo, um acidente grave ou fatal dentro deste período correto?
Então, mudou de opinião? Acha mesmo que o ZERO ACIDENTE é uma meta alcançável??
Sim, é, o ZERO ACIDENTE É TOTALMENTE POSSÍVEL e te explico porque.
As estatísticas apresentadas tratam de todo o tipo de organização e cultura, e muitas delas não cumprem requisitos mínimos esperados de segurança e saúde ocupacional.
Agora olhando para as organizações que possuem processos estabelecidos de segurança e saúde, com certificações internacionais, dentre outros reconhecimentos, qual seria o motivo de ainda manterem altos índices de acidentabilidade? Em nossa experiência, isso ocorre porque o “mindset” da organização e a orientação da liderança não trata a segurança como um VALOR, simples assim.
O grande desafio é como transformar isso.
São processos complexos, mas possíveis, aqui dentro de nossa consultoria temos comprovadamente em mais de 120 plantas ao redor de 12 países, índices de acidentes consistentemente baixos. Tudo isso porque um processo de transformação cultural foi corretamente implementado.
Basicamente são processos que fazem com que a alta direção e suas lideranças promovam uma comunicação clara em todos os níveis de seus valores, crenças e objetivos para a segurança, valorização a Vida e cuidado com as pessoas.
A participação ativa, o engajamento, a disciplina e os reconhecimentos, caminham juntos em todas as vertentes dentro da organização.
O ZERO ACIDENTE pode sim ser uma meta, quando temos uma cultura de segurança com níveis intermediários de maturidade é possível determinar ZERO ACIDENTE para uma determinada área, por um determinado tempo, inicialmente para os acidentes que demandam afastamentos e futuramente para acidentes com e sem afastamentos para toda a organização.
Trabalhar a base da pirâmide de perda é o segredo do sucesso, porém nossa pirâmide não começa em desvios e sim nos valores, crenças e no “mindset” da alta direção e lideranças.
Antes de iniciarmos, gostaria de lhe perguntar se você tem de maneira clara, a diferença entre chefe e líder?
Acredito que saiba a resposta, mas para deixarmos bem alinhado, vale uma descrição rápida.
Chefe
Um chefe, geralmente é aquela pessoa que comanda pessoas, é autoritário e dá ordens, foca nos resultados e concentra o poder e comando para si próprio. Se me permite, faremos uma analogia aos grandes imperadores do Império Romano, como Augusto, Gaius Lulius Caesar Octavianus, o primeiro imperador romano, que possuía características marcantes de um excelente CHEFE de Estado, com um poder bem autocrático atuando como um ditador militar.
Líder
O líder é a pessoa responsável por conduzir, inspirar e motivar sua equipe. A figura da liderança é respeitada e os funcionários, ao contrário do chefe, tendem a não temê-lo. Está sempre atento aos resultados, mas também está atento à melhor forma de conduzir sua equipe para que, juntos, alcancem os objetivos esperados. Um bom líder sabe que não tem funcionários, mas sim uma equipe. Sempre disponível, ele ouve seu time e procura explorar o melhor de cada um, valorizando habilidades e respeitando dificuldades.
Seguindo a mesma linha do parágrafo anterior, de maneira análoga, listaremos os principais líderes da atualidade:
Bill Gates
Walt Disney
Nelson Mandela
Steve Jobs
Mather Luther King
Resumidamente, CHEFES são respeitados e LÍDERES são admirados. Para a formação de uma cultura sólida, precisamos cada vez mais de líderes e não chefes em nossas organizações.
Para evitarmos outra pergunta, vou direto ao assunto, liderar uma equipe com segurança é expor os valores do líder, valores reais de cuidado com o outro, valor a vida, valor a segurança, é ter uma visão mais humanizada colocando o Ser Humano no centro de sua gestão.
De maneira pragmática, apresento uma pequena lista de características para que possam avaliar se seus líderes são ou não protagonistas em segurança.
Uma liderança exemplo em segurança deve:
Conduzir diálogos de segurança com sua equipe de maneira construtiva e oitiva.
Conduzir observações de segurança, compartilhando experiências e construindo aprendizado.
Comemorar resultados de segurança com sua equipe.
Tomar decisão colocando a segurança como um VALOR e não como uma PRIORIDADE.
Incentivar a identificação, relato e resolução de incidentes (quase acidentes).
Participar das investigações de acidentes e incidentes, compartilhado as lições aprendidas com toda a sua equipe.
Ser o exemplo no cumprimento de regras e procedimentos de segurança e orientar àqueles que não as cumpri.
Equalizar em suas falas, todas as necessidades de resultado considerando a SEGURANÇA como um pilar VITAL no alcance das metas.
Incentivar o direito de recusa, proibindo de maneira incisiva atividades com riscos de segurança ao executante e/ou seu arredor.
Deixamos uma pergunta de reflexão: seus líderes possuem estas características descritas?
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