Esclarecendo o que é psicologia da segurança:
Se você procurar a definição de psicologia da segurança, vai encontrar uma porção delas, porém eu escolhi uma que é citada no livro da Juliana Bley que é: Parte da psicologia que se ocupa do componente segurança na conduta humana. achei bem bacana esta definição porque no fundo é que todos nós buscamos incessantemente, a melhoria nas atitudes, nos comportamentos, no correto entendimento da percepção de riscos e na prevenção de acidentes junto aos nossos trabalhadores e terceiros.
Um dos papéis da psicologia da segurança, é o de estar comprometida em aumentar a possibilidade do envolvimento pessoal com a segurança, imaginem vocês, é despertar em cada um, membros de uma organização, o engajamento e a adoção de práticas seguras…e o mais importante, de maneira voluntária. vejam quantos desafios temos que enfrentar, lembrem-se, somos indivíduos, o que significa que somos únicos.
Agora vamos avançar em alguns conceitos importantes:
O que é comportamento? Em termos da psicologia, o conjunto de respostas, que um ser vivo apresenta em relação ao seu ambiente ou mundo de estímulos, logo falar de comportamento seguro aos nossos colaboradores é levar em consideração as crenças e valores individuais destes colaboradores e principalmente o entorno que os cercam, ou seja, seu ambiente de trabalho, os valores e orientação da organização, enfim, tudo que rodeia e faz interface com as pessoas, sobretudo a forma no qual nos comunicamos.
Desenvolver comportamento seguro, não é simplesmente uma vontade ou desejo pessoal, o contexto que estes colaboradores estão é muito relevante.
Agora vamos falar um pouco sobre hábito: Hábito é um comportamento aprendido que, após ser repetido várias vezes, tornou-se automático, isto é, com pouca ou nenhuma deliberação do indivíduo. São comportamentos mais estáveis, é o modo de ser, de agir, de sentir, de pensar.
Um ponto relevante que gostaria de passar aqui é que o comportamento não é sinônimo de atitude.
Atitude é uma tendência a um determinado comportamento, esta tendência é sustentada por 3 pilares, o pilar cognitivo (do pensar, do conhecer), do afetivo (do sentir) e do agir, a ação efetiva.
Logo desenvolver atitudes seguras significa criar condições para que as pessoas conheçam os riscos (exposições vs os controles disponíveis para evitar acidentes/incidentes), proporcionar condições para que sintam-se motivadas a prevenir riscos e agir de acordo com os 2 fatores anteriores (conhecimento e sentimento). Nada vai adiantar em conhecer o risco, sentir-se motivada(o) para se prevenir e depois, não agir.
Então educar cada membro de uma organização em cuidado ativo e comportamento seguro, passa invariavelmente pelo conhecimento, sentimento individual e a ação, lógico que tudo bem temperado com os valores da organização, forma de comunicação da liderança, o ambiente de trabalho, o clima laboral e o valor real da segurança.
Agora vamos nos aprofundar na diferença entre treinamento/capacitação e educação, nosso último item dos 3 que eu estou abordando hoje.
A Unesco (organização das nações unidas para educação, ciência e cultura), na virada do milênio declarou que todo o processo de educação do mundo deve se basear em 4 pilares: aprender a ser, aprender a conviver, aprender a aprender e aprender a fazer. Então eu pergunto a vocês, como sua organização considera estas premissas em seu processo de desenvolvimento humano para a segurança?
Nossos métodos tradicionais de treinamento e capacitação pode fazer com que o colaborador obtenha o conhecimento, porém o conhecimento é a primeira premissa da psicologia da segurança, vocês se lembram? Vamos recapitular então… (pensar e conhecer), o afetivo ( do sentir) e do agir.
Pensem em um alinhamento entre seu processo de educação e o retorno do colaborador ao seu ambiente de trabalho. Garanta que a liderança está envolvida nesse processo de aculturamento e que os valores e a orientação da organização considera segurança como um valor
Que sentido faz ao colaborador receber estas capacitações relacionadas a cultura, comportamento, gestão humanizada, cuidado ativo quando temos uma organização totalmente descontextualizada, com entorno hostil e com foco em outras questões que não a do cuidado com as pessoas?
Vou fazer uma brincadeira com vocês, pense em peixes em um aquário poluído que não proporciona nenhum condição de vida.
Para encerrar, o que temos percebido ao longo destes 30 anos atuando como consultor de campo em grandes organizações, é que existem excelentes iniciativas de treinamento e capacitação, porém o processo educacional acaba se complicando, principalmente para as capacitações relacionadas a comportamento seguro onde o colaborador regressa ao seu posto de trabalho e não consegue colocar em prática aquilo que aprendeu por vários motivos, ou por conta de um ambiente não propício, ou por valores da organização, ou por sua própria liderança.
Lembre-se, ir na nutricionista para uma alimentação mais saudável, se matricular na academia para aprimorar seu bem estar físico e cuidar da espiritualidade, pouco efeito terá se não praticar periodicamente e abandonar seus velhos hábitos, ou seu antigo contexto ou entorno.
Pensem nisso.
Bom eu vou ficando por aqui e deixo com vocês um método muito eficaz desenvolvido pela Afam para educar seus líderes. Método comprovado com 6 anos de resultados positivos no processo educacional da segurança.
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